MESAS-REDONDAS
MESA-REDONDA 01 - ECOS LAMURIOSOS DO INCONSCIENTE: RUPTURAS PSICANALÍTICAS E ELABORAÇÕES POÉTICAS.
Integrantes: Prof. Daniel Salviano (LIGEPSI/UFPB); Prof. Me Sílvio Tony (LIGEPSI/UFPB); e Prof. Dr. Hermano de F. Rodrigues (LIGEPSI/PPGL/UFPB).
Dia e Horário: 16 de agosto de 2023 das 08h às 10h
Modalidade: Presencial
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
LOCAL: Auditório 412 - CCHLA - UFPB
- QUANDO A AUSÊNCIA BATE À PORTA: RASTROS DO "EU", DEIXADOS PELA MELANCOLIA, NA POÉTICA ACIDENTADA DE CAIO FERNANDO ABREU.
Prof. Daniel Salviano (LIGEPSI/UFPB)
- AFETOS NÁUFRAGOS, SUJEITOS ACORRENTADOS: AS FISSURAS LABIRÍNTICAS DO CORPO E A ARGAMASSA DO DESEJO NA CONTÍSTCA MACHADIANA.
Prof. Me. Sílvio Tony (LIGEPSI/UFPB)
- O VOO SILENCIOSO E CORTANTE DAS BORBOLETAS: A PARCERIA ANÔMALA DAS PEQUENAS CRIATURAS, NO JARDIM MONÓTONO DA LOUCURA.
Prof. Dr. Hermano de F. Rodrigues (LIGEPSI/UFPB)
MESA-REDONDA 02 - POÉTICAS DO VAZIO, DA DOR E DO DESASSOSSEGO: A HUMANIDADE AGONIZANTE EM RAQUEL DE QUEIROZ, O EQUÍVOCO DAS PAIXÕES EM LYA LUFT E AS MEMÓRIAS ASSOMBROSAS EM ISABEL ALLENDE.
Integrantes: Profa. Esp. Judite Silva (LIGEPSI/UFPB); Profa. Ma. Maria Aparecida (LIGEPSI/UFPB); e Profa. Sandra Geane (LGEPSI/UFPB).
Dia e Horário: 16 de agosto de 2023 das 10h às 12h.
Modalidade: Presencial
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
LOCAL: Auditório 412 - CCHLA - UFPB
- RESÍDUOS DO PECADO, ESPÓLIOS DO AMOR: ALJÔFARES DA DISCÓRDIA NO PORTO FAMILIAR DE LYA LUFT.
Profa. Ma. Maria Aparecida Tavares Marques (UFPB)
Resumo: A poética de Lya Luft esboça, com maestria singular, as vicissitudes da alma feminina, expondo as verdades que a atravessam e os objetos (reais e imaginários) que a (des)estabilizam, num grande empreendimento de emergência do páthos humano. Em seus flancos, o intangível ganha densidade estética, e as palavras, não raras vezes, falecem frente à luminosidade e à escuridão dos afetos, expostos, amiúde, em estado bruto e anárquico. Essa conjectura – de expressivo matiz criativo – avassala a cotidianidade dos vínculos e retalha, com precisão cirúrgica, as tramas da vida, de modo a tornar, minimamente "palpável" à leitura, os traumas que forjam a argamassa das subjetividades. Ao realizarmos uma incursão pelas territorialidades luftinianas, somos introduzidos numa inebriante atmosfera intimista, habitada por personagens complexas, que esgarçam e contestam velhas concepções sobre o feminino, a feminilidade e o sexo, tomadas por uma lucidez crescente, à medida em que desabam as prisões ideológicas que, pela ótica narrativa, decantam suas rachaduras. Tal engenho converte o substrato mimético em explosão anímica, cujo corolário é a erupção de quadros diegéticos perpassados pelos arcos das paixões, protagonizados por mulheres, de idades e corpos variados, sensivelmente fortes ao contato com o Outro e com o mundo. Nessa esteira de discussão, sobressai o emblemático romance As parceiras (1980), em que o amor e seus equívocos centralizam o enredo. Neste, encontramos Analise, uma condescendente vítima das flechas odiosas de Cupido, que, inundada de angústia e curiosidade, busca compreender as origens e as razões da desgraça que se abate, há gerações, sobre aquelas regidas pelo signo de Eva. Com efeito, a exposição das verdades e dos engodos conduzem a família a rotas repetitivas e pouco vivificadoras. Aliás, no bojo dos conflitos, residem mágoas e ressentimentos, incapazes, quiçá, de serem suportados. Para delinearmos uma investigação, de veios psicanalíticos, sobre a peça romanesca em tela, recorremos à episteme freudiana, em especial aos escritos do mestre vienense que lançam luz aos fenômenos da pulsionalidade, às moções do feminino e aos tributos psíquicos advindos do pacto geracional.
- DESEJOS, EMOÇÕES E FETICHES: A TRANGRESSÃO ÀS LEIS NATURAIS NOS RELACIONAMENTOS TÓRPIDOS EM MENINA PERVERSA, DE ISABEL DE ALLENDE.
Profa. Sandra Geane Braz Mamede (UFPB)
- O DESASSOSSEGO HUMANO PELAS LENTES PSICANALÍTICAS: OS FLAGELOS PSICOPATOLÓGICOS EM O QUINZE, DE RACHEL DE QUEIROZ.
Profa. Esp. Judite Ribeiro da Silva (UFPB)
MESA-REDONDA 03 - O ARCABOUÇO DAS ADICÇÕES: AS LACUNAS EGOICAS NA LITERATURA.
Integrantes: Psicóloga e Psicanalista Márcia Gois (UFPB); Prof. Dr. Diego Cirne (IFRN); e Psicólogo e Psicanalista Daniel Guedes. Dia e Horário: 16 de agosto de 2023 das 14h às 16h.
Modalidade: Presencial
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
LOCAL: Auditório 412 - CCHLA - UFPB
Resumo: Nas montagens psíquicas e somáticas do campo de observação metapsicológico, os aspectos compulsivos compreendem às necessidades básicas e de prazer imediato. Como facilitador de uma compreensão psicopatológica, o termo adicção foi incorporado na linguagem psicanalítica, abraçando a visão psiquiátrica. Muito embora, esta nomenclatura, adicção, tenha sido apresentada em 1932, nos estudos de Edward George Glover, a investigação freudiana trouxe, para os estudos das adicções, elementos para o entendimento da origem desta psicopatologia. Dos vícios primários e, posteriormente, outros movimentos de deslocamentos libidinais, o sujeito passa a se fixar em uma necessidade compensatória de prazer enigmático, alimentando à chamada compulsão à repetição. Trazendo à lógica primária nos estudos de Freud, o objeto é colocado em contraste em um segundo tempo, nas dinâmicas do sujeito. É o componente primitivo, constitutivo do narcisismo primário, que o EU ideal se forma. E, tomando como base a teoria das pulsões (1915), este EU, encontra-se em um estado de auto conservação, de uma necessidade biológica, onde o bebê, frente a um adulto, manifesta uma demanda de satisfação imediata, com objetos específicos. Nos processos psicopatológicos das adicções, o objeto de desejo é transformado em um objeto de necessidade, ou seja, a pulsão sexual remonta-se em estado de auto conservação, podendo ser vista como uma (neo)necessidade, manifestado por caráter impulsivo. O ser adicto se apresenta sem freios, com prejuízos da realidade, com um Eu esvaziado, intolerante às frustrações pela necessidade que o compele, vendo-se incapaz de romper com este prazer que a paixão objetal proporciona. Um prazer pulsional, de uma oralidade precoce, tornando inseparável o Eu do próprio objeto. Nesse passo de discussão, esta mesa redonda tem como objetivo abordar a temática da psicopatologia das adicções, derramadas na alegoria de Murilo Rubião, no conto Bárbara, na comicidade de Jorge Amado, em A morte e a morte de Quincas Berro D'água, e, finalizando pela melancólica de Caio Fernando Abreu, no conto Gravata.
Palavras-chave: Literatura Brasileira; Psicanálise; Psicopatologia; Adicções.
MESA-REDONDA 04 - O DEGREDO DA PALAVRA, O NAUFRÁGIO DOS OBJETOS E TESTEMUNHO DA LITERATURA: CORPOS QUE SE QUEBRAM EM AFETOS E VOZES QUE SE RESTAURAM PELA MEMÓRIA.
Integrantes: Profa. Dra. Rosilene Félix Mamedes (UFPB), Profa. Ma. Annecy Bezerra Venâncio (UFPB); e Prof. Me. Aldo Eronides da Silva (LIGEPSI/UFPB).
Dia e Horário: 16 de agosto de 2023 das 16h às 18h.
Modalidade: Presencial
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
LOCAL: Auditório 412 - CCHLA - UFPB
- LUÍSA: TRANSGRESSÃO E HISTERIA EM O PRIMO BASÍLIO, DE EÇA DE QUEIROZ.
Profa. Dra. Rosilene Félix Mamedes (UFPB)
- O CORDEL DE AUTORIA FEMININA: AFETOS QUE VELEJAM PELO CORPO E FAZEM ABRIGO À ALMA.
Profa. Ma. Annecy Bezerra Venâncio (UFPB)
- QUANDO AS NEFASTAS DORES DO RACISMO ESTRUTURAL SÃO (RE)SIGNIFICADAS EM LUTA E RESISTÊNCIA NA/PELA POÉTICA SATÍRICA DE LUIZ GAMA.
Prof. Me. Aldo Eronides da Silva (LIGEPSI/UFPB)
MESA-REDONDA 05 - DAS MOÇÕES AGÔNICAS À ASCENDÊNCIA DA (IN)SANIDADE: A PSICOPATOLOGIA DO CORPO E A DEVASTAÇÃO DO FEMININO NA TERAPÊUTICA LITERÁRIA.
Resumo: A erupção da (in)sanidade feminina frente às pressões de um patriarcado virulento e adoecedor, muitas vezes, revela-se, nas territorialidades estéticas, de forma (des)afetada, por meio de imagens, discursos e silenciamentos. No intento de contemplar essa organização semiótica, esta mesa visa compreender e refletir, sob prismas teóricos distintos, as diversas faces do feminino que, pelas diagramações artísticas, comparecem associadas à edificações mimeticamente patológicas, a exemplo dos cenários subjetivos inscritos nas obras, O papel de parede amarelo (1892); The Edible Woman (1969); e Sangue no Olho (2015), na medida em expõem a "loucura" de mulheres que sofrem mutilações psicológicas, ao serem silenciadas, não ouvidas e/ou condenadas, por subverterem os moldes convencionais.
Integrantes: Profa. Ma. Wanessa de Góis Moreira (Ligepsi/UFPB); Profa. Ma. Maria Luiza Milanez (PPGL/UFPB); e Profa. Ma. Zuila Couto (PPGL/UFPB).
Dia e Horário: 16 de agosto de 2023 / das 19h às 21h.
Modalidade: Presencial
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
LOCAL: Auditório 412 - CCHLA - UFPB
- A PSICOPATOLOGIA COMO RESISTÊNCIA EM THE EDIBLE WOMAN, DE MARGARET ATWOOD.
Profa. Ma. Maria Luiza Diniz Milanez (PPGL/UFPB)
Resumo: A presente comunicação tem como proposta a análise do processo psicopatológico pelo qual a personagem Marian, presente no romance de estreia da autora canadense Margaret Atwood, The Edible Woman (1969). De maneira específica, busca-se promover reflexões acerca do consumismo, misoginia e papeis de gênero que são reforçados por personagens secundários à narrativa, afetando e contribuindo diretamente à gradativa perda de controle sobre o próprio corpo da personagem. Assim, a apresentação contará com o respaldo teórico dos textos de Milanez (2022); Berth (2019); Segato (2016) e Rich (1980).
- DO NARCISISMO PRIMÁRIO AO LAÇO PERVERSO: O IMPOSSÍVEL DO DESEJO EM SANGUE NO OLHO, DE LINA MERUANE.
Profa. Ma. Zuila Couto (PPGL/UFPB)
Resumo: Desde o lançamento de sua primeira obra, Lina Meruane chamou atenção da crítica pela forma inusitada como conseguia entrelaçar narrativas e trazer à tona perspectivas ambivalentes quanto às identidades. Com temáticas bastante distintas entre si, sua escrita é atravessada por um traço de preocupação com a linguagem e a forma como esta pode vir a ocultar/revelar, instituir/destituir relações complexas entre os sujeitos. Ao construir a narrativa de Sangue no olho, Lina Meruane problematiza a centralidade da visão, ao mesmo tempo em que nos conduz a uma reflexão a respeito das relações intersubjetivas marcadas pela posição que os sujeitos ocupam: no romance familiar, nos arranjos amorosos. O presente artigo consiste em uma leitura do referido romance tomando por base a crítica psicanalítica. A obra é narrada por Lucina, personagem protagonista, e apresenta a trajetória de uma escritora que tem sua vida marcada pela convivência com uma enfermidade nos olhos, para a qual o tratamento é incerto. É possível associar o romance a uma já tradicional escrita da cegueira, cujas raízes podem ser rememoradas desde a mitologia grega, das quais podemos citar Édipo e Tirésias como figuras emblemáticas; mas que persiste também em obras contemporâneas como Ensaio sobre a cegueira (1995), de José Saramago, ou Informe sobre Ciegos – terceira parte de Sobre Héroes y Tumbas (1991), de Ernesto Sábato, dentre outros. O escopo de nossa análise, entretanto, recai sobre a forma como são tecidas e se desdobram as relações da protagonista com sua mãe e seu namorado, atravessadas pela condição da cegueira, mas, sobretudo pela inscrição do desejo. Para tanto, recorremos aos conceitos de narcisismo primário, desenvolvido por Freud em sua Introdução ao Narcisismo (1914), e de montagem perversa, a partir das considerações de Contardo Calligaris em Perversão – um laço social? (1986).
Palavras-chave: Literatura de cegueira; Narcisismo primário; Montagem perversa.