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PALESTRAS
PALESTRA 01: DIREITOS HUMANOS, HANSENÍASE E ALTERIDADE: A LITERATURA COMO FERRAMENTA DE MEMÓRIA E SENSIBILIZAÇÃO
Prof. Dr. Pedro Pulzatto Peruzzo
Breve currículo: Membro do corpo docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Direito da PUC-Campinas, advogado voluntário do Movimento de Reintegração das Pessoas Atigidas pela Hanseníase (MORHAN), representante da entidade junto ao Conselho Nacional de Direitos Humanos e assessor da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP.
Dia: 14 de agosto
Horário: 9h
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
Resumo: A política pública para a hanseníase que vigorou no Brasil durante o século XX contou com duas ações principais que configuraram graves violações a direitos humanos, a saber: 1- os isolamentos e internações compulsórias dos enfermos e 2- a separação de filhos das pessoas atingidas pela doença. Essas práticas foram responsáveis por danos de difícil reparação: desaparecimentos forçados, tortura com lesões permanentes que, em interação com as barreiras sociais, configuram deficiência; traumas decorrentes de abusos sexuais e estupros de crianças; maus tratos; traumas psicológicos, além do preconceito e estigma que, ainda hoje, permanecem arraigados na sociedade no segundo país com maior número de diagnóstico de hanseníase no mundo. Pensar uma proposta de reparação integral para as graves violações a direitos humanos cometidas contra as vítimas dessa política exige uma reflexão crítica sobre a necessidade de caminhar para além de indenizações pecuniárias. É necessário considerar a memória e a atenção aos vínculos de afeto e amor que foram rompidos pela política e que causaram danos profundos a projetos de vida. A literatura pode desempenhar um papel decisivo no processo, imprescindível, de sensibilização dos profissionais do sistema de justiça e outros agentes públicos que atuam diretamente na construção de um projeto de reparação integral a essas vítimas. Pensar sobre esse papel não pode prescindir de debates coletivos, como este que propomos no âmbito do I Congresso Nacional Literatura e Psicopatologia.
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PALESTRA 02: ENCENAÇÕES DO MATRICÍDIO E DO FILICÍDIO EM XAVIER DOLAN
Profa. Dra. Maria Fernanda Gárbero
Breve currículo: Escritora, tradutora e professora de Teoria da Literatura. Há mais de duas décadas, dedica-se às pesquisas sobre maternidade, silenciamento da mulher e estratégias de resistência pelas artes. É autora do livro Madres: à memória do sangue, o legado ao revés (NEA, 2021), da peça de teatro Antígona Bel (Telha, 2022) e de diversos artigos sobre tradução teatral e recepção de personagens trágicas na literatura, no cinema e no teatro. Traduziu para o português a Trilogia trágica (Kallaikia, 2019), de Mariana Percovich, e A fronteira (UFPR, 2021), de David Cureses, entre outros textos do espanhol, italiano, catalão e galego.
Dia: 14 de agosto
Horário: 13h
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
Resumo: A partir da análise dos filmes Eu matei minha mãe (2009) e Mommy (2014), do cineasta canadense Xavier Dolan (Montreal, 1989), traçaremos algumas comparações com as personagens Clitemnestra e Medeia, a fim de recuperar o contexto trágico para a leitura da relação entre mães e filhos nessas narrativas. Embora as personagens de Dolan não matem, será pela inabilidade diante do papel social estruturado na imagem da "boa mãe" que observaremos a complicada convivência com seus filhos ensaiarem um matricídio em vida. Analogamente, o filicídio possível incidirá no abandono (muitas vezes sugerido no paradoxo que o cuidado pode alcançar ao se tornar um afeto asfixiante), antecipado pelo afastamento que mãe e filho tecem a partir de violências recorrentes que ambos articulam com vozes desesperadas que dizem "eu te amo", incondicionalmente culpadas.
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ABERTURA
MONÓLOGO: ATO DE LOUCURA
Ator Guilherme Munir
Breve currículo: Guilherme Munir é ator, contador de histórias, dramaturgo e estudante de teatro (licenciatura) na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Natural de Juazeiro (BA), atualmente mora na cidade de João Pessoa (PB).
Dia: 14 de agosto (PRESENCIAL)
Horário: 18h
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
LOCAL: Auditório 412 - CCHLA - UFPB
PALESTRA DE ABERTURA
PALESTRA 03: O COTIDIANO FEMININO AFETADO EM CONTOS DE CLARICE LISPECTOR
Profa. Dra. Tânia Sandroni
Breve currículo: Doutora em Teoria Literária e Literatura Comparada pela Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), mestra em Ciências da Comunicação (ECA-USP) e graduada em Jornalismo (ECA-USP). Também é licenciada em Letras. Atua como professora titular da Universidade Paulista e editora de comunicação do Colégio Santa Cruz.
Dia: 14 de agosto (PRESENCIAL)
Horário: 19h
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
LOCAL: Auditório 412 - CCHLA - UFPB
Resumo: Na obra clariceana, personagens femininas são afetadas por acontecimentos aparentemente corriqueiros que desencadeiam sofrimentos psíquicos diversos, de acordo com as diferentes subjetividades. Pretende-se apontar, em alguns contos da escritora, como a quebra da normalidade altera os comportamentos das personagens, submetidas às restrições do contexto sociocultural.
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PALESTRA 04: QUARTO DE DESPEJO: REFLEXÕES SOBRE MARCADORES SOCIAIS DA DIFERENÇA E A PSICANÁLISE NA OBRA DE CAROLINA MARIA DE JESUS
Profa. Dra. Werna Marques
Breve currículo: Professora Adjunta da UFRN do curso Direito, Membro do Comitê de Ética em Pesquisa - CCS/UFPB. Membro do Grupo de Pesquisa História do Direito e Constitucionalismo Linha de Pesquisa: História do Constitucionalismo e Decisão Judicial CNPq/PPGCJ-UFPB. Diretora de Integração Temática da Rede Sororidade OAB/Pb. Doutora em Direito com duplo diploma pela Université Grenoble Alpes France e pela Universidade Federal da Paraíba – UFPB (2020). Mestre em Direito pela Université Grenoble Alpes França (2014) com título reconhecido pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG. Tem experiência na área do Direito, com ênfase em História do Direito, Direito Constitucional, Direito Internacional, Direito Internacional Humanitário, Bioética e Direitos Humanos.
Dia: 15 de agosto
Horário: 09h
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
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PALESTRA 05: BASES EPISTEMOLÓGICAS DA PSICANÁLISE E O DOMÍNIO DAS PALAVRAS
Prof. Dr. Paulo Carvalho
Breve currículo: Graduado em Psicologia pela USP, mestre em História da Ciência pela PUC-SP, doutor em Psicologia pela USP, em colaboração com a Universidade de Roma e a Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais de Paris, onde já atuou como professor convidado. Professor do curso de Psicologia da PUC-SP e do EPSI. Psicanalista de jovens e adultos.
Dia: 15 de agosto
Horário: 13h
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
Resumo: Freud define a psicanálise como uma especialidade científica cujo objeto é o inconsciente,
situando-a na visão de mundo das ciências naturais. Por outro lado, defendia que a formação do
psicanalista deveria englobar disciplinas distantes do campo médico, como a história da cultura e
a literatura. As bases epistemológicas da psicanálise atravessam fronteiras estabelecidas entre
disciplinas, mesmo porque essa fora fundada no limite da arte médica, lá onde a medicina falhou
em tratar o sofrimento das histéricas. Pretendemos abordar nesta palestra como a investigação
psicanalítica exige um constante repensar as linhas divisórias entre campos do saber, com especial
atenção ao papel fundante do domínio das palavras.
PALESTRA 06: CONTRIBUIÇÕES DA POÉTICA DE JAMES JOYCE AO DISCURSO CIENTÍFICO NA PSICOPATOLOGIA
Profa. Dra. Marta D'Agord
Breve currículo: Mestre em Filosofia, Doutora em Psicologia. Pesquisadora do CNPq. Membro da Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental (AUPPF). Professora no Curso de Graduação em Psicologia e do PPG Psicanálise: Clínica e Cultura do Instituto de Psicologia, Serviço Social Saúde e Comunicação Humana (IPSSCH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre (RS).
Dia: 15 de agosto.
Horário: 19h
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
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PALESTRA 07: PSICOPATOLOGIA DA VIDA MODERNA
Psicólogo e Psicanalista Ygor Jeff
Breve currículo: Especialista em psicanálise, Especialista em análise aplicada ao comportamento, mais de 3 anos de experiência clínica.
Dia: 16 de agosto
Horário: 9h
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
Resumo: Seguindo o respectivo tema do Congresso, vou discorrer sobre o conceito de psicopatologia na atualidade, discorrendo sobre o processo de adoecimento do homem moderno.
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PALESTRA 08: OS FEMININOS NAS CORRENTEZAS DE TUDO É RIO DE CARLA MADEIRA
Profa. Ma. Ana Karina Barbosa
Breve currículo: Psicóloga Clínica CRP 06/77585. Doutoranda em Psicologia do Desenvolvimento e Aprendizagem na Universidade Estadual Paulista (UNESP) campus de Bauru - SP. Especialista em Psicoterapia Psicanalítica pela Univem/ Núcleo de Psicanálise de Marília e Região.
Dia: 16 de agosto
Horário: 13h
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
Resumo: O romance de Carla Madeira é um convite visceral ao debate a
respeito dos femininos e das violências que os circundam, a
complexidade das personagens, com suas ambiguidades e potências
podem arrastar o leitor para diferentes lugares a depender de suas
possibilidades em suportar as angústias provenientes da narrativa densa
e poética. Amparada pela teoria psicanalítica, convido, leitoras e leitores,
a ampliarmos nossos olhares para as diferentes faces de feminino,
violências e possibilidades de reparação (de si), em face destas. Winnicott
psicanalista inglês (1896-1971), compreendia que a agressividade está
presente desde a vida intra-uterina, e é constitutiva do ser humano,
sendo compreendida como força vital, para ele a agressividade pode ser
elaborada e integrada a medida que o individuo se desenvolve, diante de
um ambiente suficientemente bom (sociedade), capaz de conter esses
impulsos agressivos, em um momento onde ele ainda não pode se
responsabilizar por seus atos e fantasias agressivas. Em Tudo é Rio, a
agressividade que não fora integrada, elaborada, ou seja, que não teve
possibilidade de representação mental, é atuada, atirada diante de nós,
que atordoados permanecemos, em busca de contenção.
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PALESTRA 09: NAS PALAVRAS, O DESEJO
Profa. Dra. Ivone Daré Rabello
Breve currículo: Professora sênior do departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas USP. Autora dos livros: A Caminho do Encontro, sobre contos novos de Mário de Andrade e Um Canto à Margem, sobre a poética de Cruz e Sousa. Autora de ensaios sobre Carlos Drummond de Andrade, Mário de Andrade, Literatura e cinema brasileiros contemporâneos.
Dia: 16 de agosto.
Horário: 19h
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
Resumo: Em "Atrás da Catedral de Ruão", de Mário de Andrade (in Contos novos), o verdadeiro protagonista é a linguagem. Conhecedor de Psicopatologia da vida cotidiana, de Freyd, Mário encena na língua materna de sua protagonista, a eclosão de atos falhos, reveladores dos desejos não vividos. Uma leitura analítico-interpretativa do conto revela o aproveitamento estético da leitura freudiana.
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PALESTRA 10: ARTE, ENTRE ESSÊNCIA E EXCESSOS: O FAZER ARTÍSTICO E SUA INCIDÊNCIA NAS TRAMAS DO SOCIAL E NA FORMAÇÃO PSÍQUICA DOS SUJEITOS
Prof. Me. Thiago Pereira Majolo
Breve currículo: Psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae; Mestre em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Coautor da publicação Vozes da Psicanálise, da editora Bluncher, e coautor da apresentação de novas traduções da obra de Freud pela editora LP&M e autor de diversos artigos científicos em revistas especializadas de Psicanálise. Foi membro da comissão de Debates da Editora Percuso, do Intituto AMMA - Negritude e Psiqué e do Grupo Acesso, da clínica do Sedes Sapientiae.
Dia: 17 de agosto.
Horário: 9h
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
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PALESTRA 11: PULSÃO E SENCIÊNCIA: ALGUNS SUBSÍDIOS AFRO-BRASILEIROS PARA UMA CRÍTICA DO ETNOCENTRISMO EM PSICOLOGIA
Prof. Dr. José Francisco Bairrão
Breve currículo: Graduou-se em Psicologia e em Filosofia pela Universidade de São Paulo (FFLCH e IP). Doutorou-se em Filosofia pela Universidade Estadual de Campinas (IFCH) e é Livre-Docente pela Universidade de São Paulo (FFCLRP). Atualmente é pesquisador e docente de Psicologia Social no Departamento de Psicologia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo. Coordena o Laboratório de Etnopsicologia desta instituição, onde orienta e desenvolve pesquisas pautadas pelo interesse em não divorciar reflexão epistemológica (Epistemologia da Psicologia, Filosofia da Psicanálise) e pesquisa empírica (Psicologia da Cultura, Psicologia da Religião), bem como abertas a argumentos e contribuições interdisciplinares. É membro do GT de Etnopsicologia da ANPEPP e do GT de Filosofia e Psicanálise da ANPOF.
Dia: 17 de agosto.
Horário: 10h30min
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
Resumo: Não obstante pretensões de universalidade e de exclusividade, os saberes científicos compõem uma parte relevante, mas ínfima, do conhecimento humano. Etnociências como a etnopsicologia promovem pesquisas sobre formas culturalmente diversas de produção de saber atinentes aos seus campos que são política e epistemologicamente relevantes do ponto de vista de uma multiplicação de perspectivas, prevenção do etnocentrismo e revisão crítica dos postulados da ciência. No caso da psicologia contemporânea, destacam-se a hipertrofia do verbal e a valorização de construtos ancorados em bases metafísicas de extração mediterrânica (Grécia, Roma e Oriente Médio) que tendem a cindir cognição de afeto. Com base em pesquisa etnopsicológica em parceria com práticas religiosas afro-brasileiras (nomeadamente a umbanda), que tomou como contraponto para efeito de cotejamento a psicanálise lacaniana, na presente comunicação argumenta-se que essa cisão e aquele recorte não apenas não são "naturais", como podem revelar-se restritivos, estéreis e contraproducentes.
PALESTRA 12: A DOR DA BELEZA: O PÁTHOS TRÁGICO EM HELENA, DE EURÍPEDES E AS ESSÊNCIAS SACRAS NO 'MITO DA BELEZA TRÁGICA'
Profa. Dra. Michelle Bianca Santos Dantas
Breve currículo: Doutora em Ciências das Religiões (PPGCR/ UFPB), na linha "Literatura e sagrado: reconhecimento e fruição da memória na arte". Professora efetiva do Curso de Letras, da Universidade Federal da Paraíba, Campus IV. No âmbito da Pós-Graduação, atua no Programa de Pós-Graduação em Ciências das religiões (UFPB/CE) e no Programa de Mestrado Profissional (PROFLETRAS/UFPB/CCAE). É líder do Grupo de Pesquisa/CNPQ "Cânticos das Musas: estudos do mito, suas múltiplas faces e ressonâncias estéticas" e desenvolve projetos acadêmicos diversos de Ensino, Pesquisa e Extensão.
Dia: 17 de agosto.
Horário: 13h
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
Resumo: A nossa pesquisa objetiva analisar o páthos trágico em Helena, de Eurípedes, observando as suas caracterizações na composição do mito da beleza trágica, em que, a partir do belo, desencadeiam-se as desditas na vida da personagem. Tais problematizações advêm das confluências entre as narrativas míticas, com a sua sacralidade original, com um contexto em que se vê crescente o processo de secularização e o apogeu do lógos filosófico na Antiguidade greco-romana. Em nossa hipótese, a beleza encantadora de Helena, ao invés de se caracterizar como uma dádiva divina, corresponde, contrariamente, ao destino e/ou à situação funesta que eles irá sofrer. E, para que possamos fundamentar a nossa investigação, construiremos diálogos com alguns autores, a exemplo de Platão e Aristóteles, que muito contribuem com as suas reflexões sobre a poiésis em seus princípios e em sua contextualização social. Acerca do mito, o seu páthos trágico e o seu aspecto sacro e sua multiplicidade semântica, nos auxiliarão Ernest Cassirer (1992), Northrop Frye (2014), Jean-Pierre Vernant (1978 / 1989 / 1990 / 2000 / 2002 / 2006 / 2008) entre outros. A partir desses interlocutores, alicerçaremos os nossos argumentos, explicando, primeiramente, sobre os fundamentos do phátos nas tragédias gregas, depois sobre a essência do 'mito da beleza trágica' e, por último, analisaremos a peça euripidiana. Diante disso, justificamos a relevância do nosso trabalho, e destacamos que, como metodologia, buscaremos a análise qualitativa e investigativa das proposições.
Palavras-chave: Mito. Helena. Beleza. Sacralidade. Trágico.
PALESTRA 13: O SEMBLANTE BIZARRO DA MORTE: CONSIDERAÇÕES PSICANALÍTICAS EM A DESUMANIZAÇÃO, DE VALTER HUGO MÃE
Profa. Ma. Rariela Salustino
Breve currículo: Professora, palestrante, escritora (já foi finalista no concurso "poesia encenada", do SESC-PB, e pretende publicar seu primeiro livro brevemente em Portugal). Atualmente dedica-se (por conta própria) à leitura e investigação dos autores portugueses contemporâneos e faz parte do projeto Cor(p)o metropolitano em Portugal.
Dia: 18 de agosto.
Horário: 09h
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
Resumo: Um movimento bastante emblemático, na atual produção literária portuguesa, é o imperativo de "dissecar" o mundo hodierno, frente às rachaduras carreadas na identidade cultural, as quais, por séculos, marcou o horizonte literário lusitano, tornando-se uma peculiaridade intrínseca aos textos de grandes autores, como Luís de Camões, Eça de Queiroz, Fernando Pessoa, Lídia Jorge, José Saramago, entre tantos outros nomes reconhecidos internacionalmente. À luz do que denominamos contemporâneo, autores como Valter Hugo Mãe, Afonso Cruz, Nuno Camarneiro e Gonçalo M. Tavares, destacam-se entre os novos escritores portugueses que firmam o espaço ficcional da atualidade, propondo métodos atualizados de intervenção literária, num limiar não só identitário, mas que também permite expor o corpo psíquico do sujeito. Nesse sentido, a obra A desumanização (2013), de Valter Hugo Mãe, é uma narrativa completamente marcada pela transformação da perda, a qual ocorre em vários níveis, tendo, entre outras especificidades, a de evidenciar a dependência do indivíduo face ao Outro. A obra é ambientada dentro de um cenário no qual o luto possui um forte significado relacionado a uma experiência subjetiva dolorosa, (im)posta sob o signo do vazio. Compreende-se, assim, possibilidades de formulações no encalço de um componente essencial das relações humanas: a dor da perda objetal, a qual é descrita e elaborada ao longo da teoria freudiana através de etapas sucessivas que iremos adotar na presente proposta analítica.
Palavras-chave: Literatura; Contemporaneidade; Luto; Psicopatologia.
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PALESTRA 14: DIREITO, LITERATURA E FILOSOFIA: DO CANCELAMENTO AO LINCHAMENTO VIRTUAL
Prof. Me. Phillipe Martins
Breve currículo: Advogado, especialista em Segurança Pública e Direitos Humanos pela UFPB e mestre em Direitos Humanos, cidadania e políticas públicas pela UFPB. Gestor e educador.
Dia: 18 de agosto (PRESENCIAL)
Horário: 13h
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
LOCAL: Auditório 411 - CCHLA - UFPB
Resumo: Quais os limites da conduta humana no ciberespaço? Essa é apenas uma das várias perguntas que podemos fazer acerca da posição dos indivíduos no ambiente digital, suas ações e eventuais impactos jurídicos. Mais do que isso, também é importante explorar as consequências nocivas que podem se fazer presentes no contexto virtual, como os tradicionais cancelamentos e linchamentos, que cada vez mais ganham espaço e abrem margem para novas discussões sobre como o relacionamento humano tem se redesenhado a partir dessa nova dinâmica ciberespacial.
PALESTRA 15: O PÁTHOS DA LÍNGUA
Prof. Dr. Antônio Teixeira
Breve currículo: Médico psiquiatra, mestrado em filosofia contemporânea UFMG, doutorado em psicanálise Champ Freudien (Université de Paris 8), pós doutorado em filosofia USP. Autor de Le savoir pathologique, P.U.R., 2020, entre outros livros.
Dia: 18 de agosto.
Horário: 19h
Inscrição: https://sigeventos.ufpb.br/eventos/login.xhtml
Resumo: Sabemos ser possível afetar alguém através de um dizer, na medida em que a submissão à língua é uma paixão universal do ser falante. Somos colonizados através do registro formal da língua, no sentido em que nascemos como falantes de uma língua imposta e somos universalmente constrangidos pelo seu limite. Essa obrigação de obedecer à regra formal da língua é tão forte que o mínimo centímetro de liberdade aberto através de uma infração significante pode produzir um efeito extraordinário de reverberação. No caso da poesia, exclama Leminski, é como se o poeta se vingasse dessa submissão no movimento em que busca ferir a língua, ao introduzir, no interior do que se diz, o enigma não do que pode ser dito, mas da pergunta do "como será que eu vou dizer?". Sendo a língua um campo de códigos regrados, o poeta só pode fazer cintilar o enigma, no diz Leminski, por ser ele mesmo um erro de código, uma falha, quem sabe, de codificação genética. Se o poeta tem uma especial consciência dos limites da linguagem, em seu uso regrado, é por ser um torto, um desajustado, pois somente quem é torto consegue sentir e avaliar o peso do que deve ser direito. Por se saber errado, desajustado da linguagem, ela desestabiliza o sentido funcional de seu uso correto para extrair justamente do erro e do desajuste uma possibilidade de criação. Mas importa antes de tudo notar que de nossa submissão passiva à língua depende sua função denotativa, no sentido em que a linguagem, em seu uso discursivamente regrado, somente pode indicar alguma coisa se ela mesma não se fizer indicar. A linguagem, para funcionar, deve ser transparente ao que ela diz, ela deve operar como um meio socialmente autorizado através do qual algo pode ser dito ou significado para além dela mesma. Notamos, então, que o poeta se emancipa dessa submissão às regras da linguagem ao suspender sua transparência. Em vez de tomar as palavras como meio transparente para significar as coisas do mundo, ele se volta para as elas, na espessura de sua materialidade fonética, tratando as próprias palavras como coisas do mundo. Seu olhar não atravessa os signos do mundo, mas neles se estanca, os contempla e os transforma como quem molda uma peça de argila na curiosidade infantil do como assim. Por isso um poema não tem um significado para além de si mesmo, sendo ele o próprio significado de sua formulação. Diríamos, então, que é a partir desse ponto de tensão apaixonada com a linguagem que se pode passar da paixão passiva da língua a uma forma de paixão ativa, no sentido em que se pode falar, por exemplo, de uma paixão revolucionária ou de uma paixão de transformação. A ideia é que em vez de se ligar ao Outro simbólico como lugar estático de pura submissão a uma regra pronta, a paixão ativa do gesto poético consiste em afetar o campo da linguagem através de um dizer que desestabiliza suas regras e o coloca sua estrutura em movimento, fazendo com se possa significar coisas antes carentes de significação. É assim, por exemplo, que o nome Pasárgada, que Maneira Bandeira fez ressoar pelo simples prazer de sua fruição auditiva, sem se ocupar com a transparência de sua denotação factual, passou a integrar, em nossa língua, uma nova maneira de significar a ideia utópica de um refúgio metafísico, isento de regras e privações. Mas é fundamental perceber que essa paixão ativa do poeta, capaz de transformar a língua do Outro, somente se efetua ao fazer vibrar, sobre o sistema regrado da língua, a dimensão não mais formal, porém pulsional de lalíngua. Ela implica fazer ressoar lalíngua sobre a língua, lalíngua como categoria com a qual Lacan situa o depósito do gozo significante que para cada um se inscreve, em seu encontro original com a língua, na experiência infantil não regrada da lalação.